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Opinaria é um blog simples, directo e espero que útil para muitos. É um espaço de livre opinião. Onde todos podem deixar o ar da sua graça, a sua marca, escrevendo um pensamento, uma teoria ou uma simples opinião. Será sem dúvida um espaço de debate... um espaço para todos... verdadeiramente democrático. Contudo, para que assim seja, precisa de participação e muitos temas.

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Thursday, October 05, 2006

JURIDICAMENTE FALANDO - "OPA – o que é isso?"

Um “assalto” de confusão

De há uns meses para cá as pessoas têm sido constantemente “assaltadas” por uma palavra estranha em todos os telejornais, jornais, rádio e remanescentes órgãos de comunicação social. Curta, fácil de pronunciar, porém destituída de simplicidade, falamos da OPA.
Toda a gente tem uma OPA é a OPA da Sonae, a OPA do BCP, a OPA da E.On., a OPA disto a OPA daquilo, mas que o que é que é isto da OPA?
E depois no meio desta trapalhada toda aparece uma Autoridade da Concorrência e uma tal de CMVM, ouvimos também falar de uma ANACOM, o Estado de Portugal à mistura, os bancos imiscuem-se, depois fala um Granadeiro e uns tais de Azevedos e lá fora parece que até a Comissão Europeia fala nisso e manda vir com o Governo espanhol. Que trapalhada!

Vamos ver se nos entendemos…

O.P.A. é uma sigla para oferta pública de aquisição e é uma figura que se encontra regulada em Portugal no Código dos Valores Mobiliários (CVM) nos artigos 173º e ss.. Como o nome indica o seu objecto é a aquisição, mas a aquisição do quê? De valores mobiliários, sendo que o mais comum é a tão famosa “acção”.
Oferta Pública pela simples razão de ser dirigida a todos os destinatários de valores mobiliários que dela são objecto, destinatários esses que são indeterminados, o que não quer dizer que sejam indetermináveis.
Para ilustrar o que se disse anteriormente atente-se ao seguinte exemplo: Sociedade Queseca, SA, cotada em bolsa tem o seu capital disperso, ou seja, tem muitos “donos”. Um dia um administrador de uma outra sociedade, a Espectacular, SA, apeteceu-lhe comprar a Queseca, procedendo às diligências requeridas pela lei lançou uma OPA sobre as 100.000.000 acções desta sociedade ao preço de €2/acção.
Quer isto dizer que a Espectacular, SA propõe a cada um dos “donos” da Queseca a compra de cada uma das suas acções pelo preço de €2, se todos acederem ao seu pedido findo o processo de aquisição a Espectacular será titular da totalidade do capital da Queseca, tendo sido esta adquirida pelo preço global de €200.000.000.

Os problemas

O exemplo supracitado torna simples o que na realidade é complexo e envolve uma multiplicidade de estudos, pareceres, fiscalizações, aprovações, autorizações…
Para além disso é uma operação extremamente custosa, não só em termos financeiros, mas também em termos de trabalho e de pessoas envolvidas, designadamente, devido à necessidade de elaborar um prospecto (documento que contêm informação detalhada acerca da sociedade por detrás da OPA), de efectuar o respectivo registo da OPA na entidade reguladora do sector (CMVM – Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários) ou da necessidade de intermediação financeira.

Reguladores

Mas como se isto não bastasse ainda temos de aguardar pela “luz verde” de determinadas entidades reguladoras, num primeiro plano a CMVM, e depois dependendo do sector e da afectação que o sucesso da OPA possa originar nos mercados em questão podem ter de ser ouvidas outros reguladores, como por exemplo a Autoridade da Concorrência ou a ANACOM (telecomunicações) na OPA da Sonae sobre a PT.

Mas isto pode não ficar por aqui…

Numa economia caracterizada pela liberdade, nem sempre a concorrência é equilibrada, surgindo desta forma a necessidade de intervenção dos Estados ou mesmo de organismos supra estatais. O seu papel é o de ajustar as ineficiências verificadas nos mercados para que estes funcionem como se houvesse concorrência.
Desta forma percebe-se a luta da Comissão Europeia contra as “posições privilegiadas” dos Estados em determinadas empresas, as denominadas “golden shares” que tanta influência podem ter no resultado final da OPA da Sonae. Quanto a esta matéria importa destacar que na semana passada a posição da Comissão saiu reforçada (e a de Portugal cada vez mais enfraquecida) com a decisão do Tribunal de Justiça Europeu que condenou a “golden share” do governo holandês na empresa de telecomunicações Royal KPN e de serviços postais TPG.
Outro exemplo recente da intervenção de órgãos europeus prende-se com a intervenção da Comissão ao mandar desaplicar as 19 medidas impostas pelo governo espanhol de cariz proteccionista, com o objectivo de salvaguardar o mercado de energia eléctrica do pais vizinho das “invasões estrangeiras”, entenda-se: evitar o sucesso da OPA da E.On lançada sobre a ENDESA.

E assim se termina…

No fim de isto tudo ficámos ainda mais baralhados, mas a saber que a OPA é uma oferta pública de aquisição, envolve valores mobiliários, é extremamente complexa e nada barata, há imensa gente “ao barulho”, inúmeros documentos para elaborar e outros para ler, pareceres por escrever, fiscalizações a realizar, decisões a adoptar, reguladores a ouvir e no final ainda podemos ter a equipa do Dr. Durão Barroso a dizer o que fazer…

Agradecimento

Last but not least não podia deixar de saudar o Bernardo por este projecto, pela dinâmica e força com que “recheia” todas as suas acções, sendo um exemplo paradigmático do jovem desassossegado que não se contenta com a força das palavras, transformando-as em movimentos, criando convulsões.

Obrigado pela oportunidade.

RFN

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Esperamos mais para a pròxima Rodrigo. Nao sei quem pensas que le ou se alguem le este blog, mas... Se calhar ha um ano ninguem sabia o que era uma OPA..mas hoje em dia...E a maneira como escreveste..senti me estupido sinceramente. Parecia que estavas a dar uma aula aos meninos da primaria.
Mais longe. Do basico ja ha que sobre.

6:10 AM  
Blogger Rodrigo said...

Caro Anónimo,

É indiscutivel que o artigo é básico e extremamente informal. Era esse o objectivo inicial, pois no momento em que escrevi o blog ainda dava os primeiros passos e o público alvo era tendencialmente gente nova.

É dificil adivinhar quem vai ler o artigo, se pessoas dotadas de conhecimentos técnicos suficientes para compreenderem a especifidade das matérias em análise ou se meros leigos desconhecedores de determinados conceitos técnicos e alérgicos a textos enfadonhos.

Como o site se encontrava ainda numa fase embrionária, achei que devia optar por uma linguagem simples, talvez demasiado infantil e por um conteúdo superficial, com o objectivo de que este chegasse a todos (se calhar visando, em especial, aqueles que ouvindo falar de OPA's no dia-a-dia nunca perceberam em concreto do que é que se tratava e da complexidade inerente)

De facto não sei quem lê este blog e nem sei se alguem leu este artigo, por isso obrigado pelo feedback, apesar do "tom" depreciativo, pois ajudar-me-á na elaboração de futuros escritos.


Cumprimentos

(Tenho muitas dúvidas que a generalidade das pessoas saiba o que é uma OPA, apesar das (pioneiras) grandes operações em curso no nosso pais, mas sem ter na minha posse esses irrelevantes dados não me vou "atravessar")

2:40 PM  
Anonymous Anonymous said...

pah oh rodrigo nao sejas piço...

7:11 AM  
Anonymous Anonymous said...

Quem é que é este gajo RFN??
Julga que tem o dom da palavra??
Rediculo!

9:42 AM  
Anonymous Anonymous said...

rEdiculo?!

3:54 PM  

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